Território, Memória e Viadagens
Notas para uma Musealização da Fechação
Palavras-chave:
território, memória, viadagensResumo
Neste resumo expandido de uma pesquisa antropológica em andamento, abordarei as produções de identidade e os processos de subjetivação dos viados de fanfarra, a partir do método da etnografia crítica e multi-situada. Os viados de fanfarra são sujeitos racializados, sexo-gêneros discordantes e periféricos que compõem os pelotões de bandas e fanfarras na Bahia. A análise recairá nas experiências socioculturais existentes no Beco do Rosário, em Salvador, o último trecho do Desfile Cívico de Dois de Julho, compreendido como “território da fechação”.
Este universo etnográfico está imbuído de aspectos intersecionais de raça, gênero e classe (CRENSHAW, 2002), tornando este fenômeno um importante objeto de análise para entender a dinâmica da agência de homens negros periféricos, com comportamento em dissidência¹, que vivem na cidade latino-americana mais negra fora da África² e no país sul-americano que mais mata LGBT’s no globo³. Este aspecto da pesquisa almeja contribuir para o alargamento de possibilidades da “musealização” (VAN MENSCH, 1994), evidenciando que lugares de memória são também agregados em lócus de justiça social, resistência subalterna e promoção do respeito às diversidades humanas, através da experiência de eventos históricos e performances culturais.
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